sábado, fevereiro 24, 2007

Via as coisas
independentes do que são
com independência mútua
entre o que têm e o que dão
como se fosse parte de tudo
a parte de que tudo fiz
como se pudesse, em sonho mudo
ser feliz
.

via o céu muribundo
e temia pela madrugada
fechava os olhos ao mundo
dormia em sono pouco profundo
vivia ensonada...

torci as coisas na costura
e despi a cor do tempo
cruzei a conjectura
do meu argumento
do talento do meu suplemento
de ruptura.

agora vejo torto de ti
e olho para o que nunca vi
agora não escrevo cheia de engano
não choro atrás do pano
é na cena primeira
do acto magistral
que te digo que te amo
sem projecto final.

*Mó
24.02.07

(e amo mesmo...muito...)

foto: Mónica Filipa Guerra

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Quando se
batem assim,
nas janelas,
os ventos, assim,
de sentinelas,
de fonemas, sem fim,
de cinderelas,

abanam-se as casas
de concreto,
e crescem-me asas no tecto.



*Mó
11.02.07