sexta-feira, fevereiro 27, 2009



Canção do Engate

Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta

Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada


Até já...*
vou ali e volto já***

*Mó

Lua nova

O relógio tocava com os ponteiros no meio. Era meia noite, e em todas as noites em que a lua aparecesse eles encontravam-se.

Não marcavam hora, deixavam que o tempo os levasse, não marcavam sitio, deixavam que o vento lhes dissesse de onde vinha essa vontade de se tocarem.

Eram novos, muito novos, duma juventude que amedronta a idade e a razão, e todos os dias, à meia noite ficavam gigantes. Ele transformava-se num herói de capa e espada, daqueles que já nem se contam mais nos contos de encantar, e ela, numa princesa enclausurada, que ganhava lanço e aprendia a voar. O feitiço apanhava-os sem que pedissem, e fazia deles um mundo paralelo onde não cabia mais nada, mais lugares, ou mais horas. Eram só eles, naquele tempo e naquele espaço, irrepetiveis, inesqueciveis, enamorados.

Prometiam o infinito com um olhar, enquanto se deliciavam com o canto dos silêncios que deixavam acontecer.
Encontravam-se, mas não se encontravam so no tempo, nem no espaço, encontravam-se num passado que nunca tiveram, como se sempre tivessem estado ali, como se não fizesse sentido outras historias antes daquela, outros contos antes daquele canto.

Encontravam-se na alma, naquelas lamechices que nem acreditavam, falavam com o cheiro, tocavam-se com o desejo, sem precisarem de entrelaçar a pele.

Amavam-se toda a noite, corriam pela rua vazia, despidos de sentido, corriam sem destino, sem motivo, sem razão.
Corriam com os olhos vidrados, esfomeados de luz e paz. Corriam enfurecidos, deseperados, queriam passar o limite que separa o infinito do futuro.

Eles queriam ter futuro, ter um amanhecer, ter um sol, só um sol.
Queriam ter um castelo, e uma nuvem onde dormir.
Queriam um rio, e um planalto.
Queriam tocar-se.

Mas ao primeiro raio de sol não se conseguiam ver.
Ele perdia a capa e a espada, perdia o cavalo e voltava a pé, com chumbo no pé, sem poder correr.
Ela descontrolava as asas, que a levavam para a janela da torre de onde não sabia sair.

Na torre ela tinha rios, descalço ele caminhava planaltos, ela tinha um castelo, ele de dia via as nuvens. Os dois tinham o sol.

Mas perdiam o mar. E perdiam o infinito. Perdiam o olhar que vem de dentro, e o cheiro que fala. Perdiam a voz dos que se falam sem palavras.

Perdiam-se um do outro.

E um dia, a lua não apareceu.
Ela não voou, ele não cavalgou. Adormeceram os dois, mas não sonharam.

Porque os sonhos são o lugar da liberdade, e a paixão é o tempo em que ela aconteçe.


*Mó
27.02.09



Porque a dependência é uma besta que dá cabo do desejo, e a liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo... Enquanto houver estrada p'ra andar, a gente vai continuar.

Jorge Palma

sexta-feira, fevereiro 20, 2009



A noite que me entoa os passos
pelas ruas onde passo
recua-me os sentidos
que bem escondidos,
sofridos
temidos
esperam que me esperes
nos teus braços.

O silêncio que me come
os tempos
ouve-te calar
por fora

e agora
que vou embora
em passos...lentos...
seguro-me pelos cantos
na esperança que me esperes
nos tantos
silencios que tiveres.


É tarde
que o sinto.
E é tão tarde que outrora
amanheceria a esta hora

numa espécie de aurora
e infinito.
Amanheceria contigo,
e em fingimento
só para que o sol
vindo do vento
fizesse desta hora
a demora que eu quisesse..


É tarde
e é silêncio
e os meus passos tortos,
mortos,
loucos,
são poucos.

Não te trazem
não me calam
não te levam
não me valem.

Não me servem:

Se não me adormecem
e não te chamam

não nos amam.


*Mó
20.02.09

img: http://www.gsfc.nasa.gov/gsfc/spacesci/pictures/soho/eclipse.jpg

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Um eclipse (do grego έκλειψη, ekleipsi, "desvanecer") é um evento celeste que mais tem atraído a curiosidade humana com respeito a mecânica celeste. Um eclipse é quando um corpo celeste se sobrepõe a outro formando um cone de sombra que no caso risca a superfície terrestre formando uma zona de ocultação. Visto da terra, existem vários tipos de eclipse e o mais comum são os lunares que podem ser parciais ou totais. O eclipse total é quando os cones de sombras da penumbra e numbra terra são projetadas no disco lunar. Quando a Lua é vista da Terra passando na frente do Sol, podem ser do tipo anular ou total. Entretanto, existem eclipses em todo o universo.
Em planetas como Marte só é possível haver eclipses parciais ou seja, anulares (semelhante ao alinhamentos do planetas Mercúrio e Vênus muito comum na terra), uma vez que os dois satélites (Fobos e Deimos) estão distanciados da superfície para cobrir o Sol por completo. Mercúrio e Vênus são planetas nos quais supõe-se não haver eclipses, uma vez que além de serem muito próximos do Sol, não têm satélites conhecidos.

in http://pt.wikipedia.org/wiki/Eclipse


You could be from Venus
I could be from Mars
We would be together
Lovers forever
Care for each other

You could live in the sea
And I could be a bird
We would be together
Lovers forever
Care for each other

If you wear an illusion
I will make it real
We would be together
Lovers forever
Care for each other

If you walk in the sun
I will be your shadow
We would be together
Lovers forever
Care for each other