segunda-feira, dezembro 20, 2010

Is not the point that you are leaving.
Is not the reasons that make me go.
Is not your brain,
Is not my soul,
Is nowhere we can reach
or the time to reach there.


Is just staying somewhere.

Between heaven and land,
Sea and sand,

Breeze before wind

sketch before plan.

Is me without feet,

you an invisible man.

Mó*
20.12.10

sexta-feira, junho 18, 2010

Fomos embora sem despedidas.

Dissemos que seria melhor assim, que não havia mais caminho a fazer, mais sítio onde chegar. Soltamo-nos, partimo-nos e partimos, mas não nos despedimos.

Constrói-se o vazio inultrapassável que nos divide, o tempo estrutura esse abismo.
Tu de um lado, eu do outro, ainda nos vemos (cada vez mais longe).

Não me despedi nunca de ti porque não o saberia fazer ainda que o quisesse, porque nunca o quis, ainda que o soubesse, porque quando as mãos se soltaram, no dia em que fomos embora, disse em silêncio "até já".



Fui ao lugar do vento e das gaivotas, sabias? Onde te sonhei tantas vezes, onde nos reconhecemos dentro de nós, desde a nossa primeira alvorada. Ainda te vi lá, sabias? Pouco nítido, mas presente.

Ainda não me despedi de ti.

Tenho noites cheias do cheiro da tua pele, dias infinitamente pesados com a nossa saudade. Abro a memória e está lá um mar inteiro, com o vento todo, as gaivotas incontáveis, os beijos, os silêncios, as promessas e as sombras, o som da tua chegada, a ânsia do teu encontro, o grito da partida.

Não me despedi de ti, meu amor.

Não deixo que o pó sedimente o passado e o construa fechado. A ferida está aberta, não lhe vejo o tamanho para saber quanto tempo leva a curar, ou se é a melhor cura fazer com que feche.

Vou vendo aos poucos o nosso vazio e dentro dele gritam todos os erros que fizemos. Também eles não se despedem de nós.


Fomos imprudentes, irresponsáveis, impacientes. Fomos cruéis com a sorte, duros com o amor, e transformamos o tesouro em passado.

Perdemos-nos talvez, mas ainda assim não nos despedimos.


A perda é dos que não se sabem amar, mas a despedida é apenas dos que não se amam mais.


06.06.2010
*Mó

quinta-feira, junho 10, 2010

A perda é dos que não se sabem amar, mas a despedida é apenas dos que não se amam mais.

(não me despeço de ti)

Mó*



Há muito tempo
era uma vez
um homem que se perdeu
da sua amada,
e vagueou
por entre as nuvens do céu.
Perguntou à mais pequenina
se a tinha visto ao passar
depois à nuvem mais carregada
nenhuma o podia ajudar.
E assim passou tanto tempo
tecendo mil planos
em fios de algodão
que se desvaneciam
em nuvens no seu coração.
Todas as nuvens
da sua rua
foram à sua janela
escureceu, adormeceu
ficou a sonhar com ela.
E o mau tempo passou
o sol despontou
numa festa de cor
de manhã todas as flores
sabiam de cor
onde estava o seu
amor...

Pelas nuvens _ interpretado por Graça Reis.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

leaving. loving. living.

Have no fear
For when I'm alone
I'll be better off than I was before

I've got this light
I'll be around to grow
Who I was before
I cannot recall

Long nights allow me to feel...
I'm falling...I am falling
The lights go out
Let me feel
I'm falling
I am falling safely to the ground
Ah...

I'll take this soul that's inside me now
Like a brand new friend
I'll forever know

I've got this light
And the will to show
I will always be better than before

Long nights allow me to feel...
I'm falling...I am falling
The lights go out
Let me feel
I'm falling
I am falling safely to the ground


domingo, janeiro 24, 2010

Re-encontro marcado
do encontro adiado
(ontem).

Não havia ninguém...
ninguém que aparecesse
(como combinado).

Não havia quem
se tivesse lembrado,
ou tivesse lembrado
alguém
(do encontro marcado).

Meio dia
(e o relógio atrasado)

O dia
adivinha o fado.

Era hoje.
É agora.

No presente que ofereçe o passado.
(É a hora).

Todos decidiram aparecer.
Tu, e eu.
Ninguém atrasado.

Eu sei que andamos
o que o caminho quiser.


(Que quando me encontrar
ter-te-ei encontrado).


26.09.09
*